segunda-feira, 31 de março de 2014

Meus mares

Eu me considero louca.
A pior delas.

Quando me bradavam "Você é louca!" eu ficava brava.
 Hoje a minha resposta é só uma.

Mas é claro! Minha mente navega por um mar de insanidade! É justamente a sua estabilidade comum que o prende neste cubículo insosso que é a sua mente. 
Minha mente clama pela morte da minha sanidade, para que assim eu possa dar a luz aos bebês brilhantes que serão as minhas ideias.
A mente equilibrada não atinge nenhuma ideia gloriosa pois está restrita pelas leis da física, química, biologia, moral e filosofia. 
No momento em que se permitir que sua mente seja tão distorcida e sem escrúpulos, é que você terá ideias ínfimas perto dos pensamentos brilhantes que eu elaboro a cada segundo que passamos juntos!

Agora, o problema não é você ser louco dentro de sua cabeça, mas como você reage ao mundo. Como você expões a sua loucura?
Artistas mal compreendidos apenas se frustram e continuam com o seu trabalho, na esperança de que alguém consiga, mesmo que por um segundo, pensar na insanidade que o abateu durante a criação de sua obra. 
Não se engane quando eu digo que um artista "mal compreendido" não pode vir a fazer sucesso, pois Van Gogh não fora bem recebido em seu tempo, mas hoje seus quadros são admirados e usados de inspiração para outras vertentes da arte (vide o episódio "Vincent and the Doctor", na 5ª temporada, episódio 10).

Pessoas que vagam em seus delírios sem se preocuparem com a opinião publica, acredito eu, estão menos sujeitas a problemas de tristeza e raiva. Afinal, quem são esses comuns para nos criticarem?